O Santa Cruz, precisa renascer!

O Preto, o Branco e o Vermelho. Salve o 3 de Fevereiro!

Embora seja visceralmente vilipendiado por seus diretores nas últimas quatro décadas, o que custou uma decadência sem precedentes, os feitos e as glórias do passado do Santa Cruz jamais serão apagadas. O Santa de Lacraia, Sebastião da Virada, Guabeirinha. O Santa de Tiano, que ofuscou a visita de Santos Dumont a cidade, levando ao delírio os bondes do Recife quando a “poeira” (como era conhecida a torcida tricolor), comemorava a vitória contra o Botafogo de Futebol e Regatas, no campo da Rua Malaquias, quando da inauguração da arquibancada adquirida pelo Sport junto ao Fluminense das Laranjeiras. O tricolor de Zezé Fernandes e Sidinho, autores dos gols da estrondosa vitória coral contra a seleção brasileira em outubro de 1934, colocando o clube no seleto grupo dos cinco únicos times de futebol do mundo que conseguiram vencer o selecionado nacional brasileiro (categoria profissional e olímpica). A heroica conquista do super campeonato de 1957 com o sensacional ataque composto por Lanzoninho, Faustino, Rudimar, Mituca e Jorginho, elevam suspiros dos nostálgicos Santacruzenses. O tricolor de James Thorpp, que impôs uma hegemonia futebolística, construindo uma verdadeira máquina de futebol, capitaneada por Ramon, Cuíca e Fernando Santana. Como não lembrar da formidável vitória contra o Flamengo de Zico em pleno estádio do Maracanã? A virada espetacular contra o Palmeiras da Academia? O fatídico campeonato de 1975 e suas “nuances” de arbitragem? A inesquecível série invicta do extraordinário Santa Cruz de 1978, dos endiabráveis Fumanchu, Nunes e Joãozinho, sob a batuta de Evaristo e elegância sutil de Alfredo Santos ? Como dissipar da memória o meio-campo das estrelas, Givanildo (que na década de 70, na vitória contra o Santos, marcou impecavelmente Pelé), Erb e Luciano?

Ah! Saudosas memórias de um Santa Cruz gigante.

Birigui, Luiz Neto, Henágio, Marlon, Zé do Carmo e Washington, talvez figurem entre os derradeiros representantes de um último suspiro de grandeza existente nas Repúblicas Independentes do Arruda. Na data em que o saudosismo impera no seio do coração do tricolor, a saída para a cura das chagas atuais é olhar para trás, tendo nos feitos do passado a bússola para a reconstrução e restauração do clube. O Santa que, atualmente é de pequenez tamanha, outrora foi grande, mas permanecerá gigante na memória dos seus apaixonados torcedores e dos amantes do futebol e do desporto.